Corey Taylor diz que o 'metal é o último tipo de música que não tem restrição'

Jim Root (guitarrista), Corey Taylor (vocalista) e Shawn "Clown" Crahan (percussionista), todos membros do Slipknot, participaram de uma conferência de imprensa no dia 03 de dezembro, dias antes do Knotfest México 2015. Você pode conferir os vídeos (em inglês) no fim da página. Algumas partes foram transcritas pelo Blabbermouth.net e seguem abaixo, traduzidas.


Sobre como as músicas do Slipknot servem como um meio de comunicação e podem ter uma influência positiva nesses tempos problemáticos e turbulentos:

Corey: "É, o mundo está um pouco insano agora, especialmente em nosso país, pra falar a verdade. Tudo que podemos tentar fazer é dar um meio de escape para as crianças que não tem. Tentamos dar voz para as pessoas que sentem não ter voz. Tudo que podemos fazer é tentar dar ajuda para as pessoas que pedem por ajuda. Não somos muito políticos, nunca fomos, mas falamos sobre essas coisas quando somos perguntados. Damos nossas opiniões, as pessoas querendo ou não ouvi-las. Tentamos fazer boas coisas por organizações que tentam fazer a coisa certa. Então, para nós, se trata principalmente de dar esperança deixando as pessoas terem aquele escape para soltar sua raiva, soltar sua ira pelo que está acontecendo ao seu redor. Porque nós vemos o que acontece quando as pessoas tentam sufocar essa emoção. E isso volta naquilo que eu já tinha falado: nossos fãs são muito... Eles são mais capazes de ver o que está acontecendo agora e mais aptos a processarem isso do que fãs que escutam músicas um pouco mais 'tagarelas', mais felizes. É um choque para eles, pois não estão acostumados a isso. Mas por nossos fãs serem capazes de se ajustar e usar essa raiva para si mesmo, eles podem ver tudo isso e processar. Eles podem pensar, 'Ok, agora vamos ao que precisa ser feito', ao invés de ficar apenas oferecendo orações e bons pensamentos. E acho que isso é uma das coisas que temos a oferecer como banda. Porque nós chegamos com uma boa dose de realidade. Tem um monte de arte nisso, mas mesclado com um monte de realidade. E nossos fãs sabem que estamos aí 100% por eles, não importa o que haja. Acho que é isso que fazemos."

Sobre a inspiração de Corey para as letras:

Corey: "Isso talvez pareça um clichê, mas pra falar a verdade, a vida em geral é o que me inspira. Quero dizer, se voltarmos a questão do mundo e como ele está insano, tem o suficiente para que eu escreva volumes. Porque, internamente, sou capaz de canalizar boa parte da minha raiva em, esperançosamente, algo positivo. Tem tanta coisa negativa por aí, e isso é tão estranho para mim enquanto pessoa, que isso se volta para mim como mais raiva, pois envolve minha cabeça nessas coisas insanas que estão acontecendo no mundo. Então é a vida, de modo geral, seja algo local, em casa ou há milhões de quilômetros de distância acontecendo a pessoas que escutem ou não a música que fazemos. Então a vida, desse modo geral, é a única grande inspiração que você deve ter."

Sobre o que ele pensa do rumo do heavy metal:

Corey: "Acho que tomará o caminho que for preciso. Essa é a beleza do metal. Não tem uma pressão de verdade no metal, ele vai pra direção que quiser. Sempre há uma pressão na música pop ou no hip-hop para serem de um jeito ou de outro, mas o metal, por ser tão underground, pode ser como quiser, não há uma forma padrão. Então pode-se experimentar mais, se quiser você pode voltar a um som mais tradicional, ou pode ir a qualquer lugar que não esperamos. Então acho que é o último tipo de música que não tem restrição. Se eu tiver que dizer especificamente para onde ele irá, eu não sei. Mas essa que é a parte excitante. (...)"

Adaptado e traduzido de Blabbermouth.net.


0 comentários: